ele com o guarda-marinha penetraram a bordo e ato contínuo, de espada em punho, ambos tentaram dominar a guarnição, atacando aos que lhe negavam obediência, à ordem de entrar em forma.
Ante a energia, o ataque e a braveza dos dois superiores, os marinheiros hesitaram alguns momentos antes de hostilizá-los; e como vissem que o Comandante estava disposto a matar e a morrer, bem assim o seu ajudante de ordens, e que não aceitava a intimação para desembarcar, então acometeram-nos a baioneta, matando o comandante e ferindo o guarda marinha que, já ferido e vendo-se sozinho, atirou-se ao mar, salvando-se.
Quanto ao 1º Tenente Mario Alves, morto a bordo do "Bahia", deveu sua morte à própria temeridade, pois que enfrentando sozinho a guarnição (visto já ter sido forçado a desembarcar seu auxiliar de quarto e terem sido presos em camarotes os suboficiais de máquinas) matou a bala o marinheiro Balduino Baiano da Costa, por se ter recusado a formar a guarda de bordo da qual Balduino era o comandante.
De espada a destra e revólver a canhestra, o Tenente Mario Alves enfrentava a atacava a guarnição, como um louco, na ânsia de dominá-la.
Quando o oficial surgia a bombordo os marujos fugiam-lhe da frente para boreste, e assim decorreu cerca de duas horas, quando já o oficial havia ferido a bala outro marinheiro.
Dias Martins havia dado ordem para que não fosse atacado o oficial, pois — dizia — ele acabaria cansando daquela correria e acabaria compreendendo a inutilidade da tentativa de subjugar a guarnição e, ou desembarcaria, ou se conformaria com a prisão em camarote.
Mas, tendo ferido o segundo marinheiro e sempre atirando e investindo contra todos, acabou sendo morto a bala, pois impossível fora prendê-lo ou subjugá-lo.
Esta é a verdade dos fatos. Da bravura do Comandante Batista das Neves e seu ajudante de ordens eu tive imediato conhecimento; da temeridade, do heroísmo de Mario Alves sou testemunha ocular.
Dezenas de vezes vi-o correr à praça d'armas, recarregar o revólver, e de lá sair atirando sobre a guarnição, que se ocultava por trás das superestruturas.
Afinal um marinheiro atirou contra ele, ferindo-o de morte, em pleno coração.