(chamava-se Ernesto Roberto dos Santos), sendo ferido no ombro. Sacou da espada (única arma usada pelo pessoal de serviço na época) e, apoiando-se na arma do atacante, procurou revidar o golpe. O agressor, porém, evitou-o, fugindo para vante, indo reunir-se a um grande grupo de marinheiros que, junto à torre baixa de ré (nº 6), fazia tremenda algazarra, aos gritos de "viva a liberdade" e "abaixo a chibata".
Ao ouvir o clamor no convés, o Comandante Batista das Neves subiu imediatamente, ainda trajando a casaca com que fora ao jantar no navio francês, portando dois fuzis, um dos quais entregou ao marinheiro Eugênio Alves de Assis Bulhões, que havia sido acordado com uma forte pancada no peito e, com toda a guarnição, correra para a popa, mas, ao invés de se juntar aos amotinados, procurou defender o comandante.
A primeira exclamação de Batista das Neves ao ver o Tenente Álvaro Alberto sangrando foi: "mataram meu filho!" Em seguida, com voz bem alta para ser ouvido, exortou a guarnição a se manter disciplinada. Dizia-lhe que aqueles não eram meios de uma guarnição correta lançar mão para reclamar. Que dissessem o que queriam e ele estaria pronto a atendê-los, desde que se portassem como homens dignos da farda que vestiam. Mas a reação única às suas palavras eram mais gritos de "viva a liberdade" e "abaixo a ginástica".
Neste ínterim, chegavam ao convés os Tenentes Milcíades Portela, José Cláudio, Lahmayer e Oscar de Castro e Silva(*) Nota do Autor que, já na praça-d'armas, haviam tido contato com o motim, expulsando alguns marinheiros que procuravam retirar dos cabides o armamento portátil. Rodearam o comandante, repelindo os marinheiros que tentavam aproximar-se. Houve ordem para a guarnição formar, que só uns 60 homens obedeceram, com os restantes gritando "não forma, não forma".
O Tenente Milcíades amparava o Tenente Álvaro Alberto, que lhe disse: "Feriram-me covardemente, acho que vou morrer." Vendo Milcíades, contudo, o perigo que ameaçava o comandante, deixou o ferido com dois marinheiros e juntou-se aos que o defendiam. Batista das Neves, como o Tenente Álvaro Alberto perdia rapidamente