do oficial, que reagiu e atacou os revoltosos, procurando dominá-los. A guarnição fugia de um bordo para o outro, tentando cansá-lo e que, assim, se rendesse. Mas outro marinheiro foi ferido gravemente e, em revide, sem que a autoridade de Dias Martins pudesse intervir, uma descarga atingiu o oficial com quatro projetis. Ele cambaleou, caiu no convés, bradando, até que a voz lhe faltou: "Bandidos! Miseráveis! Vocês mataram um brasileiro homem! Miseráveis(5)!" Nota do Autor
Ao alvorecer, os cadáveres de Mário Alves e do marinheiro foram enviados para terra.
Encouraçado "Deodoro"(6) Nota do Autor
O fato mais estranho da revolta passou-se neste navio, pois quem aparentemente deflagrou o movimento... foi um oficial.
Estava de serviço o Primeiro-Tenente Antônio Barbosa Moreira Martins que, ao ouvir, vindos do "Minas Gerais" e do "São Paulo", os ruídos de tiros de médio calibre, gritos de viva a liberdade e descargas de fuzilaria, decidiu, às 2h da madrugada, enviar para terra um escaler conduzindo o Segundo-Tenente Maquinista Luiz Borges de Matos para que comunicasse ao Estado-Maior da Armada o que estava se passando, acrescentando que ele se achava só a bordo, dispunha de munição e não tinha confiança na lealdade da guarnição, que agia de maneira suspeita, embora não houvesse ainda nenhuma manifestação sediciosa declarada.
Às 4h da manhã, o oficial de serviço avistou de longe o escaler do navio regressando, mas, ao invés de se dirigir para bordo, rumou para o "Bahia" já revoltado, sendo recebido por forte fuzilaria. Retrocedeu então para o "Deodoro", onde atracou.
Nele vinha não o Tenente-Maquinista, e sim o Primeiro-Tenente do Corpo da Armada João Paiva de Novais, o qual, ainda do patim inferior do portaló, informou que era oficial da guarnição do "Bahia", mas que, tendo sido repelido em seu navio, vinha "ser hóspede" do "Deodoro", com o que desembarcou.
O patrão da embarcação comunicou que estava no Cais Faroux aguardando o maquinista quando um civil, que se identificou como oficial, intimou-o a transportá-lo para o "Bahia", mesmo sendo alertado que o escaler esperava outro oficial, a serviço.