A Revolta dos Marinheiros, 1910

João Imbraim, insubordinou-se, sendo posto a ferros. Na manhã de 23, por ordem do Estado-Maior da Armada, o navio foi abandonado, sendo a guarnição pacificamente levada para o Quartel Central de Marinheiros.

No dia 29, os oficiais regressaram para bordo. No Termo de Posse, então lavrado, consta que encontraram o navio inteiramente saqueado, camarotes, praça-d'armas e demais compartimentos de habitação arrombados. O casco fazia água, descobrindo-se avarias abaixo da linha d'água, parecendo terem sido causadas por tiros.

Cruzador "Tamandaré"

Navio-escola de artilharia, incapaz de movimentar-se, atracado à Ilha de Mocanguê. Foi, por ordem superior, sem maiores dificuldades, abandonado no dia 23, regressando a guarnição para bordo no dia 27.

Cruzador-Torpedeiro "Tamoio"

Estava fundeado junto à Ilha Fiscal. O oficial de serviço percebeu que algo de anormal se passava a bordo dos encouraçados, o que se confirmou quando interceptou um rádio informando-o acerca da sublevação. Mandou arriar um escaler a fim de o comandante ser avisado por portador da gravidade da situação.

Às 2h30min do dia 23, ouviu distintamente vozes vindas de um dos navios rebeldes que passava por perto afirmando que o "Tamoio" e o "Floriano" iriam ser abordados, por serem considerados fiéis ao Governo e não estarem respondendo aos telegramas intimando-os a se renderem.

Mandou então que se acendessem as quatro caldeiras a fim de o navio poder se movimentar e afastar-se da posição exposta em que se encontrava. As ameaças continuavam, pedindo o "São Paulo" e o "Minas Gerais" a adesão das guarnições, sem o que seriam bombardeadas. Como as caldeiras ainda não tivessem pressão de vapor suficiente, para ganhar tempo içaram a bandeira vermelha.

Neste meio tempo, a guarnição retirava dos paióis a munição dos canhões e fuzis e praticamente assumia a direção do navio. Simultaneamente, aconselhava que seus superiores se retirassem de

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