História da alimentação no Brasil – 2º volume: sociologia da alimentação

Aponom: cocada de coco verde, com cravo-da-índia, açúcar, misturada com farinha de trigo. Tóritóri na Zambézia.

Arampaterê: cozinhado ou refogado de fígado, bofe, miúdos de boi, temperado com azeite de dendê. É uma modalidade do Erampaterê.

Arroz de Haussá: arroz branco muito cozido, n'água e sal. Enfeitam-no com pedacinhos de carne do sertão ou charque, fritos com cebola e alho.

Axoxó: comida feita com feijão-fradinho.

Badofe: aferventado de carne de cabeça de boi, sal, alho, cozida depois com azeite de dendê, camarão, cebola, gengibre, ralados. Depois, "língua de vaca" (Talinum paniculatum Gaertn) é adicionada com quiabos. Come-se com arroz de haussá. É espécimen no gênero do "badulaque" do século XV, guisado de forçuras de carneiro, com toucinho, cebola, azeite de oliveira, vinagre, coentro e hortelã, servindo de ceia aos monges de Alcobaça. Modalidade da "chanfana" que motivou tantos versos em Portugal.

Bambá: borra do azeite de dendê. Mistura-se com farinha. É a farofa de bambá.

Bobó: massa que pode ser de feijão-mulatinho, inhame, macaxeira (aipim), fruta-pão, etc., cozinhada e depois temperada com azeite de dendê, camarão seco, cebola ralada, alho, sal, gengibre, pimenta em pó. Come-se puro e também com carne ou peixe.

Caruru: esparregado de quiabos ou mostarda, taioba, bredo, capeba, bertalha, etc. Acompanha peixe assado, cozido ou salpreso e mesmo carne de charque, galinha, siri, etc. Nome indígena.

Curu: carne do sertão cozida com adubos variados e comuns e depois frita em toucinho derretido e ovo batido.

Cuxá: Diz-se no Maranhão de arroz cozido, depois temperado com folhas de vinagreira, a mesma "língua de vaca", quiabo, gergelim torrado e em pó e farinha fina de mandioca. Arroz de cuxá.

Dengué: milho branco, cozido, depois servido adoçado.

Dôburu: pipocas.

Ebó: é o mesmo Denguê, com azeite de dendê.

Ecuru: petisco de feijão-fradinho, como o acarajé, cozinhado em banho-maria na folha, da bananeira. Dilui-se em mel de abelhas ou em azeite de dendê, com sal. "É uma verdadeira farofa", informa Manuel Querino. É comida iorubana; ecru em Habana, onde pertence ao culto de Obatalá. Ekuru para os iorubanos do Oeste da Nigéria.

Efó: esparregado do bredo "língua de vaca", ou de taioba, etc. Cozinha-se depois em azeite de dendê, com camarões secos, cebola, alho e sal. Cozinham abafado para suar. Antes de terminar a cocção, põem peixe, fresco ou salgado. Acompanha Acaçá ou arroz. Efo, para os iorubanos, da Nigéria.

Efun-oguedê: banana de S. Tomé, seca ao sol, em fatias, pisada, peneirada. Obtém-se a farinha "efunoguedê". Acompanha carne ou peixe.

Erampaterê: carne fresca, salgada e frita no azeite de dendê. Arampaterê.

Fufu: fubá de coco com açúcar. Acompanha café. Ocorre em Cuba com o mesmo nome. Quitute nagô.

Humulucu: feijão-fradinho cozido, com cebola, sal, camarões secos, ralados na pedra, juntando-se azeite de dendê. Feijão de azeite.

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