História da alimentação no Brasil – 2º volume: sociologia da alimentação

Ipetê: inhame cozido até a consistência de massa, temperada com azeite de dendê, cebolas, camarões, pimenta.

Latipá ou Amori: folhas de mostardeira fervidas, adubadas com cebola, sal, camarões, pimenta malagueta seca, fritas no azeite de dendê.

Lelê: É o Efó de folhas de mostarda.

Moqueca: Denominação indígena, unicamente referente ao preparo de peixes. Há uma grande variedade de moquecas. Cozido ou frito. A ciência está no molho, coentro, cebola, pimenta, tomates, limão, sal, etc. É um dos pratos-provas da perícia culinária. Difícil em sua aparente facilidade. Lembra muito a muamba de Luanda, de peixe ou galinha.

Mungunzá: milho cozido em leite de vaca ou de coco. Com fubá de arroz, cravo, canela, açúcar, sal, manteiga, engrossando-se fazem o mungunzá de colher e tornando-o ainda mais denso, mungunzá de cortar. Para o Nordeste o mungunzá é sempre de milho em grão, cozido, no leite de vaca ou de coco, como uma sopa e não papa ou bolo. Corresponde à tizana ou "matete de milho" em Angola.

Oguedê: banana-da-terra frita no azeite de dendê. Banana-da-terra é uma variedade da Musa paradisíaca Linn. Contém mais tanino.

Olubó: mandioca seca, ao sol, em fatias delgadas, piladas, trituradas, peneirada e posta n'água fervente. O olubó é um pirão. Elubo, amalá, oka, para os iorubanos do oeste da Nigéria.

Quibabá: milho triturado, cozinhado com feijão verde, temperado com torresmo, cebola, sal, cominho, pimenta-do-reino. Acompanha linguiça assada e farinha de mandioca. Torresmo é o toucinho frito em fatias.

Quibebê: sopa de abóbora com leite de vaca ou de coco, a massa da abóbora fervida e peneirada. Adubos de pimenta ralada, azeite doce, camarões secos. II. Abóbora, carne-seca, alho, cebola, salsa, pimenta-do-reino. Adiciona-se toucinho derretido. Fica um caldo espesso que se come com farinha de mandioca. III. Ensopado de quiabos, abóbora, com os temperos comuns. IV. Quiabo cortado miúdo, torresmo e temperos de ensopado. Pirão de abóbora acompanha carne assada (Macedo Soares). Em Pernambuco, massa de jerimum (abóbora) cozida no leite de coco, convenientemente temperada. No Rio Grande do Norte, caldo de carne engrossado com jerimum e farinha de mandioca, cebola e alho. Em Angola o "quibeba" é um guisado de peixe, batata-doce e óleo de dendê, registra Oscar Ribas. No Maranhão é bobó de jerimum, maxixe, quiabo e vinagreira, temperado e refogado na banha de porco. (Domingos Vieira Filho.)

Quibombo: massa de quiabos frita no azeite de dendê, amassada com farinha de mandioca. Em Angola "quimbombo" é uma cerveja de milho.

Quimana: gergelim pilado com farinha de mandioca e sal. Era a famosa "farofa de gergelim" muito apreciada nos sertões e praias.

Quimano: feijão cozinhado, esmagado e adubado com os temperos comuns do cozido. "Quipoqué" no Rio Grande do Sul.

Quibembê: espécie de aluá, bebida de milho fermentado que Beaurepaire-Rohan diz ser peculiar a Pernambuco e províncias do Norte. Não existe no Rio Grande do Norte.

Quipoqué: o mesmo que Quimano, no Rio Grande do Sul.

Quissamã: mingau de polvilho de mandioca. Nome de uma tribo em Angola.

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