História da alimentação no Brasil – 2º volume: sociologia da alimentação

Da desmancha a tapioca,

Da festa, a galinha cheia,

Do gado miunça e ovêia,

Das flôres o bogari,

Do mel de abelha o inxuí,

Das noivas a que fôr rica,

Das Marias a Marica,

Da cantoria a "ligeira",

Do roçado a macaxeira,

Do milho verde a canjica.



Da macambira a farinha,

Do croatá o beiju,

Da massa de coco o pão,

Da mucunã o angu,

A melhor de todas quatro:

Croatá comido cru!"

O Sr. Assis Iglésias(228) Nota do Autor ouviu em Caxias, Maranhão, fevereiro de 1919, o cego Raimundo Leão de Sales entoando a cantiga original, e para mim única na espécie, o traje feito de alimentos, aprendida com um cearense, também cego.

"Mandei fazê um liforme

Bem feito, com perfeição,

Móde botá na cidade

No dia de uma enleição,

E o qual admirô

A toda população.



O chapéu de arroz-doce,

Forrado de tapioca,

As fitas de alfinim

E as fivelas de paçoca

E a camisa de nata

E os botões de pipoca.



A ceroula de sôro

E a calça de coalhada,

O cinturão de mantêga,

E o broche de carne assada,

O sapato de pirão

E as biqueira de cocada.

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