O fardo do homem branco. Southey, historiador do Brasil. Com um estudo dos valores ideológicos do império do comércio livre

Nos mesmos moldes conservadores, procuravam os estadistas brasileiros, que enfrentavam a tarefa de construção do Estado e da nacionalidade, suplantar os vícios da escravidão, das contradições sociais e da diversidade étnica, num programa de centralização do poder executivo.

As ideias de Southey sobre as perspectivas de formação de uma futura nacionalidade viriam mesmo atender aos princípios essencialmente conservadores de formação do Estado brasileiro. Vimos como sua obra já encaminhava o estudo da época colonial no sentido das perspectivas de formação da nova nacionalidade. Nem estava longe de confirmar o pessimismo apesar de tudo implícito na "vontade de ser brasileiros" de portugueses europeus, radicados no Brasil empenhados na construção do Império e avessos à integração de um povo mestiço, escravo, marginalizado de si próprio.

Nem todas as sugestões de Southey teriam ampla aceitação entre eles; o seu otimismo quanto à integração dos índios, como mão de obra, não pareceria igualmente viável para estadistas e políticos da época. José Clemente Pereira concordava com a conveniência da civilização dos indígenas, defendida por José Bonifácio, mas não achava que pudessem substituir em tempo a falta de braços, que seria iminente depois de efetuada a extinção do tráfico. Entretanto, muitos concordariam amplamente com a previsão que faz sobre os riscos inerentes à escravidão e à presença de africanos.

Homens como Hipólito da Costa(14) Nota do Autor e José Bonifácio(15) Nota do Autor se alarmavam com a crescente africanização do Brasil, que queriam

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