como as de Lord Sheffield(44) Nota do Autor. Southey penderia para o lado dos reformadores humanitários; entretanto, partilhava com os liberais da escola de Manchester a mesma fé na superioridade absoluta da civilização inglesa e nos benefícios que derramava pelo mundo(45) Nota do Autor. Este imperialismo moral e cultural, subjacente à ideia de uma "missão imperial", já se definia, em fins do século XVIII, na atuação de homens como Pitt, Sheridan e Burke, em sua reação contra a perda das colônias norte-americanas. Foi o que deu consistência ideológica ao expansionismo defensivo da época das guerras contra Napoleão(46) Nota do Autor.
A supremacia naval era, então, fato consumado, assim como o império colonial, o comércio e o domínio sobre o mundo. Após Waterloo, tratava-se de consolidar este poder, única garantia de paz duradoura, de onde a tentativa de racionalizar o poder colonial e de justificar o novo império, com esforços no sentido de reformular a antiga política para fazer face às novas circunstâncias e às novas necessidades. Em seus artigos para a Annual Review, de 1803 a 1808, e, de 1809 em diante, para a Quarterly, Southey acompanhou a reestruturação administrativa da burocracia do império através da reforma do Colonial Office(47) Nota do Autor e da centralização do poder da metrópole contra as autoridades legislativas locais. Procurava-se generalizar, para as demais colônias, o relacionamento da metrópole com as colônias da coroa. Foi o esforço administrativo empreendido por homens como Bathurst e Goulburn, que refletiam diretamente a influência do humanitarismo da seita de Clapham, que marcou a política colonial, durante as primeiras décadas do século XIX, a ponto de chegarem a impor às Antilhas uma medida tão antiliberal (tratava-se afinal da intervenção do Estado nos direitos de propriedade particular) como a extinção do tráfico em 1807 e a abolição da escravidão em 1833(48) Nota do Autor. Nos últimos anos, vários autores têm estudado a influência do humanitarismo filantrópico na política de expansão colonial dos ingleses.
A necessidade e a justificativa do império colonial foram sempre apanágio do elitismo tory, do poder da aristocracia tradicional