a consciência social despertada em sua juventude pela Revolução Francesa e aguçada pelo processo de industrialização em sua terra. Estavam afastados dos setores produtivos da sociedade, desvinculados das classes produtoras e detentoras do poder político. Era difícil sobreviver numa sociedade progressista e trabalhadora, à margem dos novos setores em expansão da indústria e do comércio. Pesava-lhes sua dependência com relação ao grande público burguês, chegando às vezes a uma revolta declarada(19) Nota do Autor.
O poder criador e a imaginação poética da primeira geração dos românticos ingleses despontaram em sua adolescência e mocidade identificadas aos sonhos utópicos de novos mundos e de comunidades igualitárias, acalentados nos primeiros anos da Revolução Francesa. Quando soçobraram os sonhos revolucionários, encontraram-se marginalizados na sociedade, revoltados contra as exigências do público e a sede de informações úteis e de invenções de industriais e comerciantes; sentiam-se tão mais decisivamente isolados porque também se romperam seus laços com as classes trabalhadoras e com os artesãos(20) Nota do Autor.
Delineava-se em fins do século XVIII e início do século passado na Inglaterra uma nova cultura popular. Esboçava-se entre artesãos e trabalhadores, em reuniões de taverna, nos clubes secretos, nas associações clandestinas, nas sunday schools e principalmente na nova imprensa de panfletos e de jornais baratos (os sunday e os pennyaweek papers), um novo tipo de imprensa e literatura, barato, precário, à margem das grandes inovações técnicas da imprensa comercial, que começava, a partir de 1807, a fazer as primeiras experiências à base do vapor e da montagem logográfica. Eram precariamente impressos e distribuídos de mão em mão, ou lidos em grupos, e representavam principalmente interesses de classe, afirmação de direitos políticos. Divulgavam baladas, notícias de crimes e execuções(21) Nota do Autor. Representavam