o vasto império da sociedade, tal como se espraia por toda a terra e através dos tempos..."(38) Nota do Autor. Coleridge reservava aos intelectuais uma participação importante na burocracia do Estado moderno; a clerisy atuaria juntamente com os partidos políticos, a alta corte de justiça etc.(39) Nota do Autor. Shelley também concebia a missão dos poetas como a dos verdadeiros fundadores da sociedade civil, sedimentada pela imaginação criadora, que estimulava o progresso moral da humanidade. Seriam os futuros legisladores e profetas da sociedade, constituindo um "quarto estado" dentro da comunidade nacional(40) Nota do Autor. Com a mesma ênfase escreveria Carlyle seu ensaio sobre o homem de letras como herói nacional, a que estava reservado papel de destaque por ser "a alma de tudo" e o mestre que ensina aos homens os deveres sociais. A consideração social para com os intelectuais seria o melhor sintoma do estado em que se encontrava uma sociedade. Criticava Carlyle a falta de organicidade dos homens de letras enquanto classe, ou corporação...(41) Nota do Autor
Um certo moralismo atuante seria parte do contexto integral da época. Do refúgio na inspiração poética, como reação contra o mecanicismo dos economistas e do materialismo do meio ambiente em que viviam, para a militância regeneradora, o messianismo cultural e o reformismo intelectualista seria apenas um passo na trajetória das suas carreiras literárias. Foi processo muitas vezes repetido e peculiar a uma geração de intelectuais eminentemente politizados e ansiosos por alguma forma de participação nas questões políticas e sociais do seu tempo. No caso de Robert Southey, apesar de certo talento inovador como poeta, faltava-lhe a imaginação criadora. As circunstâncias fariam dele antes de tudo o historiador moralista, o ensaísta político, o reformador social de tendência autoritária e ao mesmo tempo socializante ou corporativista. De sua trajetória política diria William Haller que,