e pode conter 1.600 a 1.800 pessoas; a forma é a de uma lira, cujas extremidades, levemente curvadas, abraçam a cena; disposição favorável para os espectadores, que nada perdem do palco, em qualquer parte que estejam colocados, e são também obrigados a contribuir para seu realce pela elegância do trajar, os camarotes estando fechados adiante apenas por balcões dourados que permitem vê‑los da cabeça aos pés\".
Quando por aqui passou a corveta La Vénus, havia no Rio de Janeiro \"uma boa comédia portuguesa, uma ópera italiana bem-composta e um bailado francês\".
Em sua estada em nossa capital, esteve Maria Graham duas vezes no teatro em momentos memoráveis e vale a pena transcrever as duas passagens de seu diário. O primeiro é referente ao dia 11 de janeiro de 1822:
\"Fui à ópera ontem à noite, pois era nova récita de gala e esperava assistir à recepção do Príncipe e da Princesa. A Viscondessa do Rio Seco convidou-me amavelmente para seu camarote, junto ao dos príncipes; mas, depois de esperar algum tempo, chegou a notícia de que o Príncipe estava tão ocupado, escrevendo para Lisboa, que não poderia ir. Tive, contudo, o prazer de