a plateia, que, por um momento, pareceu eletrizada em silêncio. Creio que fui a primeira a bater palmas, mas desapareceram na tempestade de aplausos que rebentaram de todos os lados. Não conheço agora nada tão esmagador, como essa espécie de expressão unânime de profundo interesse, de uma tão grande corporação humana. Senti-me subjugada, e quando devia estar agitando meu lenço cerimoniosamente, do camarote do camareiro-mor, estava escondendo nele meu rosto e chorando sinceramente. Quando a plateia novamente sossegou, olhei para D. Pedro: ele ficara muito pálido e puxava uma cadeira para junto da sua, arrimando‑se no espaldar da mesma, ficando muito sizudo até o fim da peça, conservando a mão diante dos olhos por algum tempo. Não podia deixar de ficar emocionado com esse sentimento que impressionara até os estrangeiros. Terminada a peça ouviram‑se gritos de Viva a Pátria! Viva o Imperador! Viva a Imperatriz! Vivam os Deputados!, todos partidos da plateia. Então, Martim Francisco de Andrade, debruçando‑se de um dos camarotes dos deputados, gritou: \"Viva o povo, leal e fiel do Rio de Janeiro! grito muito bem secundado, especialmente pelo Imperador, e amavelmente recebido pelo povo. E assim terminou esse memorável dia\".