Visitantes do Primeiro Império

Conta-nos Bougainville a récita de gala a que aissistiu, por ocasião da volta de D. Pedro I na Bahia (abril de 1826):

\"Representava-se à noite no teatro a ópera Tancredi e a família imperial devia assistir a essa representação. De Cestas ofereceu seu camarote ao almirante. Lá chegamos no momento em que o público, de pé e descoberto, ouvia em silêncio versos dirigidos ao príncipe por um espectador dos camarotes de segunda: cópias desse fragmento de poesia desceram revoluteando sobre a plateia; agitaram-se lenços e vivas múltiplos se fizeram ouvir de todos os lados: depois cada qual retomou o seu lugar, quando o Imperador deu o exemplo, sentando-se.

\"Eu ficara maravilhado, entrando, com o brilho da sala, decorada de fresco; as galerias branco e ouro e o interior dos camarotes azul pálido. As mulheres estavam em vestidos de gala e, quase todas, com tufos de plumas brancas no cabelo. Ao ver esses atavios eu me figurei um mundo de alta distinção, mas fui tirado do engano por um oficial da divisão que, tendo algumas relações comerciais com as modistas da rua do Ouvidor, me mostrou três ou quatro entre as mais garridas. O camarote imperial, em frente ao palco e ocupando quase todo o fundo da sala, forrado de espelhos, apresentava

[link=18235]Ilustração - A cascatinha e a casa de Taunay[link]
[link=18236]Ilustração - Igreja da Lapa[link]