"Mulher que viva fechada, sem grade ou mantéu que a escude, era uma vez a virtude..."
E como nesses tempos "um adro de igreja, antes ou depois de qualquer solenidade religiosa, foi sempre, entre nós, uma interessante vitrine de namorados. Por ocasião das missas ditas de madrugada, por dias de calor ou sol, chuva ou lama, de relâmpago ou trovão, quem descobrisse em sítios alcandorados como o morro de S. Bento, Glória, Santo Antonio e Castelo, um perfil de capela, uma escadaria de igreja ou a porta iluminada de um templo, havia de ver logo, em torno e perto, sombras irrequietas que cruzavam, que saltavam, que esvoaçavam. Eram os namorados, em revoado, eram os gaviões do amor, em bandos numerosos, irrequietos, chasqueando das prevenções dos pais, zombando das ordens severas do Vice-Rei, desobedecendo às portarias do bispado (Luiz Edmundo).
Além das cerimônias do interior dos templos apreciam os cariocas as festas sacras exteriores. Informa-nos Du Petit Thouars:
"As procissões religiosas são frequentes, no Rio de Janeiro, feitas com grande pompa. Os assistentes são sempre muito numerosos, porque a população em geral, infelizmente muito depravada e pouco religiosa,