Visitantes do Primeiro Império

alpendre sustentado por barrotes entre os quais se construíra uma parede de arrimo, gênero de construção bastante comum nos arredores do Rio de Janeiro. Foi aí que o dono da casa, pessoa muito cortês, permitiu-me passar a noite."

Os outros são muito menos amáveis com esses pousos, parecendo que pelas estradas se repetiam, como outras tantas cópias, diluídas pela distância ou ainda carregadas pela solidão e falta de correções, da taberna dos tempos coloniais, que em plena cidade assim é gizada por Luiz Edmundo: "Vom e varato diz a tabuleta no alto da porta da taberna em riste. A casa é imunda, acaliçada e baixa. A parede esboroa. O telhado avoluma.

"Lá está, ao fundo do estabelecimento, o dono da miséria. É o senhor do comércio. Nele se afunda e vive como um batráquio na lama.

"É baixo, é forte, é atarracado. Mostra o cabelo revolto em melenas lendeosas. As sobrancelhas em riço, negras, disformes e unidas. Veste uma camisa "à hungara", como a das mulheres, aberta até ao umbigo, mostrando o cipoal da cabelaça hirsuta a manchar-lhe a peitarra forte e a pança lauta. Calçotes de algodão desenham-lhe as coxas curtas e roliças. Pés felpudos na tamanca tradicional do ofício. A imundície ceva-o".