Visitantes do Primeiro Império

ambas na aldeia de Mata-Porcos. A terceira atravessa Catete e Botafogo, indo ao jardim botânico e à fábrica de pólvora, perto da lagoa Rodrigo de Freitas\".

Quando, em 1846, por aqui passou Ida Pfeiffer em sua viagem de circum‑navegação, a cidade continuava a mesma: ruas sujas, casas pequenas e insignificantes, de um só pavimento, sem flores, com as janelas fechadas por folhas de madeira, de modo a não deixar entrar o mínimo raio de sol, conservando os compartimentos na mais completa obscuridade. \"Isto, aliás\", diz ela, \"é coisa das mais indiferentes para as mulheres brasileiras, que certamente nunca se cansam a ler ou a trabalhar\".

Apresenta-se, então, a cidade \"toleravelmente bem iluminada, e a iluminação estende-se, de todos os lados, muito além da cidade; tal medida foi introduzida graças ao grande número de negros. Nenhum escravo podia ser visto fora de casa depois das nove da noite sem declaração expressa de seu senhor de estar em serviço. Em caso contrário tinha a cabeça raspada, era recolhido à casa da detenção e o senhor tinha que pagar por sua liberdade de 4 a 5 mil-réis\".

Nas montras das lojas da rua Direita e do Ouvidor, principalmente desta, veem-se as modas novas de Paris, os objetos de luxo para a mesa e para casa, mercadorias preciosas de toda qualidade.