O Domínio Colonial Holandês no Brasil

que então se acumulava no horizonte político da Europa.

A irrupção da Guerra Mundial veio frustrar completamente o meu plano de visitar alguns dias seguidos, o Arquivo de Lisboa. Tendo me sido impossível deixar o vapor inglês em Vigo, fui feito prisioneiro de guerra ao desembarcar em Liverpool. Depois de internado quatro dias nessa cidade com outros alemães que tiveram igual sorte, obtive a graça de, \"sob palavra\", ir para Londres. Em vista de meu posto de oficial da Guarda Nacional (Landwehroffizier), o meu requerimento de libertação foi indeferido. Também resultaram malogrados os esforços de amigos que tentaram a minha permuta por um inglês, internado na Alemanha em 1915.

Em tais circunstâncias bem se pode chamar sorte, ter a magnânima Administração do Museu Britânico concedido a mim, o alien enemy, o uso de sua famosa Sala de Leitura, depois que um inglês meu amigo ofereceu a sua garantia em meu favor.

Quase dois meses (de 27 de agosto a 21 de outubro de 1914), foi-me dado com todo sossego prosseguir em meus estudos, até que a fúria brutal da imprensa jacobina de Londres deu o sinal para o aprisionamento de grandes multidões de Alemães não-naturalizados, condenando-me também a adquirir e dura experiência, durante sete semanas, da deprimente vida do Campo de Concentração, com todos os seus vexames.

Não é aqui o lugar de descrever os sofrimentos da primeira internação na famigerada Olympia e nos chamados \"Navios Negreiros\", na foz do Tâmisa. Tendo dois respeitáveis ingleses se responsabilizado por mim, fui, em 8 de dezembro de 1914, libertado dessa

O Domínio Colonial Holandês no Brasil - Página 27 - Thumb Visualização
Formato
Texto