A todos e a cada qual, falava a linguagem própria, aconselhava e dirigia. Tinha requintes de delicadeza e de sensibilidade, que lembravam os das almas mulheris. A essa afinidade emotiva talvez devesse o grande círculo de simpatias nobilíssimas de senhoras de nossas melhores rodas, sentimentos e respeito que tanto honram a elas quanto a quem soube merecer distinção tamanha. Dificilmente se poderá medir e descrever o poderoso influxo que na vida de Capistrano teve esse notável e excepcional conjunto de amizades femininas.
E com que esmero e infinito respeito procurava agradar-lhes nas longas palestras e no convívio, tão cativante e elevado. Conhecia-lhes a psicologia e as virtudes, e a estas servia com o tato e o carinho, pode-se dizer, de mãe desvelada.
A uma, cuja devoção e espírito religioso bem apreciava, não descansou enquanto lhe não deu um rosario autêntico do Santo Sepulcro. A outra igualmente praticante, oferecia uma vez a admirável tradução que sua filha, no século Honorina de Abreu, Madre Maria José de Jesus em religião, fizera da Imitação de Cristo.
"Minha alegria", chamava ele a terceira, já avó encanecida, espírito cintilante e sempre jovem, que ainda lhe rendia homenagens e o procurava animar em seus últimos dias.
A uma patrícia que partia para a Europa, saudosa do Brasil e com a nostalgia de Minas, entregava um livro que, de longe, ainda lhe pudesse falar da terra natal.
A par desses adoráveis traços de meiguice, franqueza contundente, palavras à l'emporte-pièce. Não se julgue o cegasse a afeição. Sabia dizer os erros e as falhas, apontar fraquezas, corrigir defeitos. Na crítica de atos ou de trabalhos, não permitia inferioridades intelectuais