licença. Já de volta em Montevidéu, em 14 de dezembro, soube do terrível golpe que lhe havia arrebatado a amantíssima e digna companheira de toda a sua existência.
O imperador, que lhe queria muito, mandou do Rio o conselheiro Pertence, grande operador, para cuidar da saúde do herói. Por decreto de janeiro de 1870, era este elevado ao marquesado do Herval.
ATIVIDADE POLÍTICA DE OSÓRIO
Logo, contudo, o empolgaram as fainas políticas. Era ele, na província, o chefe do partido liberal, e este não lhe dava tréguas, nem por um momento.
Todas as distinções imagináveis se tributavam ao grande soldado. Com a morte do ditador em Cerro Corá, findara a 1ª de março a lutuosa guerra do Paraguai.
A grande fraternidade dos campos de batalha ia se dissolvendo nas brumas do passado. De pé, ficavam as divergências partidárias, as rivalidades de corrilhos e de grupos, as feridas de amor próprio e as mesquinhas querelas de estados-maiores.
Um dos pretextos inventados referia-se ao descaso de Osório pelas ordenanças e regulamentos relativos ao porte do uniforme. Era tradição velha do Exército o rigor na observância de tais preceitos; dele se originou a rigidez hierática característica dos célebres "gravatas de couro".
Não é preciso ser muito velho para recordar uma das venerandas figuras do tempo, imbuídas de tal doutrina, o marquês da Gávea. A essa corrente pertencia também seu amigo e parente Caxias. Osório, ao contrário, mostrava-se muito mais latitudinário na obediência prestada a semelhante religião de formalismo.