Estudos Históricos e Políticos

que hoje se publicam, para avultarem à primeira vista a melhoria de qualidade e a maior elevação das preocupações que agora se impõem à nossa imprensa — apuro mais alto e mais abundante produção.

Na literatura de ficção, mantém-se constante o valor, pois desde cedo, em nossa terra, se conseguiram altos níveis, e o perdurar dessa superioridade é prova eloquente da perenidade das fontes inspiradoras.

Indiscutível o progresso, pois, no elemento puramente intelectual do esforço pensante. Evidente, ainda, o rumo ascensional das cogitações relativas a interesses imediatos do homem ou do grupo social: higiene, economia, tecnologia, produção ou mão de obra.

Mas será possível dizer outro tanto do ponto de vista de pura especulação mental, de ciência intrínseca e de moral? Hesita-se em afirmá-lo.

A formação da mentalidade, a criação de um ideal não é obra imediatamente possível. Por via de regra, uma geração elabora o ambiente no qual a seguinte encontra seu meio propício de evolução.

O fim da Guerra do Paraguai, a crise do Ventre Livre, a renovação dos partidos, o esgotamento espontâneo do prestígio monárquico foram os propulsores dessa intensificação de atividade social e política de que resultaram Abolição e República.

A crise de trabalho de 1889, a febre especuladora do ensilamento, o preconício de normas de vida subalternamente utilitárias, criaram um ideal de gozo e aproveitamento egoísta, ao influxo do qual ainda vivemos curvados. Enriquecer e gozar tornaram-se a finalidade do viver. Ideal de nouveau riche. Se o nome é novo e data da grande guerra, o fato é velho como a sociedade, e concorreu sempre após as grandes comoções históricas.

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