DIPLOMATAS MINEIROS
Nunca revelaram os homens públicos de Minas pendor notável pelos problemas da vida internacional do país.
Salvo raras exceções, em um que outro ocupante de postos diplomáticos, não excederam, em geral, o nível de honesta mediania, mais burocrática do que evidenciadora de visão política.
Talvez influxo da posição central da antiga província. O isolamento relativo punha seus filhos fora do contato com outras civilizações, com povos e interesses diferentes. E as exceções, ou antes a exceção única digna de nota, o grande Felisberto Caldeira Brant Pontes, marquês de Barbacena, comprova a regra, pois foi no convívio europeu que se formou seu poderoso espírito; em Londres, principalmente, e após carreira militar em Portugal e África, e frutuoso tirocínio comercial. Ali aprendeu a conhecer os homens, a indagar e medir os móveis íntimos dos conflitos entre nações, a avaliar os rumos fixos e as tradições históricas de cada qual.
A esse fator geográfico é plausível atribuir-se o âmbito interno, local e nacional, das cogitações dominantes entre os mais eminentes filhos da antiga capitania do ouro, mentalidade prolongada no Império e, modernamente, na República.
Não se encontrava aí o escol dos parlamentares e de homens de governo, voltados para as relações exteriores do Brasil.