vários pontos, refez a história geralmente aceita sem maior exame, e isto em trechos capitais.
De relance, citemos as páginas sobre a transferência para o Rio da sede da monarquia portuguesa, as hesitações de d. Pedro, antes de fico, seus vaivéns entre lusitanismo e brasileirismo, o influxo de d. Leopoldina, o feitio e o papel dos Andradas, a primazia na Independência.
Não nos podemos deter em todos esses pontos. Fôra necessário refazer o livro, em comentário, indicando as novas luzes que traz. Mas sempre notaremos algumas passagens. A vinda de d. João ao Brasil, por exemplo.
VINDA DE D. JOÃO AO BRASIL
Tem sido debatida a evasão de Lisboa. Ato de refletida política, dizem uns, relembrando o trabalho de Biker, sobre os tratados de Portugal. Mero e rude despejo manu militari, de que Junot foi o meirinho, alegam outros.
Deixa Tobias Monteiro claramente explicado o caso. Ideia velha de alguns anos, desde as ameaças de 1806, sempre adiada pelo hesitar perpétuo e pelos temores alternativos do príncipe-regente a cambalear apavorado entre França e Inglaterra, como bem sublinha o livro, ia afinal realizar-se. Não mais seguiria d. João, entretanto; sim seu filho e herdeiro d. Pedro, com o título de condestável. Novo acesso de desconfiança e de terror anulou a resolução; havia corrido o boato de que certos conjurados aproveitariam tal ensejo para entregar aos franceses o regente, ficando salvo o filho e portanto amparada a permanência da monarquia sem o peso morto e as lerdices do pai. E foi correndo o tempo. Os preparativos continua- vam para ombarque; o que se trouxe para o Rio bem