Continuou no decurso das regências, durante as quais o já então duque de Bragança era injustamente apontado inspirar correntes de absolutismo restaurador, aleive contrário ao depoimento irrecusável dos fatos e da correspondência imperial. No segundo reinado, foi uma forma de hostilidade latente contra a monarquia e contra o monarca.
Em última análise, pois, surge o fenômeno da dupla personalidade do primeiro Pedro; tido por português no Brasil, e por brasileiro em Portugal, sempre suspeitado e olhado de esguelha por aqueles mesmos a quem servia com dedicação e sacrifício.
No caso, o deferir a José Bonifacio seu lugar próprio, o segundo, nada o diminui. Foi o cérebro organizador de uma decisão alheia, já tomada quando o santista veio assumir a pasta do reino e dos estrangeiros, e durante 18 meses lhe imprimiu o cunho de sua vigorosa individualidade, justificando a fama de que viera precedido e a sugestão que de seu nome haviam feito a d. Pedro, ainda regente, os iniciadores da conjura do Rio.
Será interessante perscrutar o que queriam realmente as personagens principais do drama, imperador, ministros, governos e particularmente os Andradas.
A corrente popular, simplista e alheia a cálculos de interesse ou de política, queria a independência com o rompimento de todos os liames com a antiga metrópole. E seu poder era tal, e o respeito que inspirava tão grande, que sempre exerceu ação de presença e determinou o feitio definitivo das negociações e das soluções.
As correntes políticas eram outras. Umas afinariam pelo diapasão do man in the street. Nos círculos mais elevados, porém, a tendência dominante, embora oculta e apenas manifestada na obscuridade e nas lacunas dos textos, seria pela monarquia dual, pela união pessoal das duas