Estudos Históricos e Políticos

Levarão bastante em conta as características diferenciais de cada região? Não serão antes reprodução da mentalidade napoleônica, que ao imperador permitia dizer — hoje, em todos os liceus de França, todos os alunos estão estudando tal página, de tal compêndio, de tal disciplina?

A seiva própria de cada fronde universitária deve ser haurida no torrão local, em harmonia com as exigências particulares de cada região e suas possibilidades. Belo Horizonte não é São Paulo. Porto Alegre difere de Recife, e ambas as cidades divergem de Rio de Janeiro.

A originalidade é o fluido vital de cada grupo docente, como o é também de cada corpo discente. Só ela confere potência mental criadora. Cópias, tiradas a dez ou 12 exemplares, de um figurino oficial qualquer, serão tudo, menos órgãos propulsores da inteligência, da moral e do espírito social.

Dificilmente surgirá, se é que lograr nascer viável, construção universitária criada por decreto. Edifícios serão erguidos. Aparecerão professores, que darão aulas sinceras e honestas e competentes. Mas faltará o essencial, o quid divinum, a alma inspiradora, a única criadora de Vida.

Talvez lhe facilite e apresse a eclosão, entretanto, o libertar as instituições didáticas da tutela construtora da psique própria de cada qual.

A compressão oficial, eis o inimigo.

Seja cada casa de ensino uma célula a evoluir por si, desenvolvendo suas riquezas éticas e intelectuais próprias. Tenha cada qual sua finalidade peculiar. Obedecerão ao meio, a suas condições, a seus reclamos.

E, fortes e indestrutíveis monumentos surgidos do mesmo solo e do mesmo ambiente regional; alicerçados nas

Estudos Históricos e Políticos - Página 528 - Thumb Visualização
Formato
Texto