de sentimentalidade alheias. Pesa sobre vós o formidável ônus moral de guias, de chefes. Criareis, por vossa atividade e pelos modelos que ireis dar aos que de vós receberam direção e impulso.

Se cometêsseis o erro grave de agir com indiferença pelo próximo, de vossa ciência e vosso esforço colhendo apenas as vantagens pessoais presumíveis, incidiríeis na candente apóstrofe de Bossuet: "Ai da sabedoria estéril, que se não volta para o amor!..."

Do íntimo de vossa consciência se ergue a energia que vos impeliria a condescender, a auxiliar, a querer aos vossos irmãos. Sua força, invencível, vos ungirá missionários, soldados de uma convicção operante.

Lutareis, sofrereis para alcançar esferas mais altas de piedade fraterna, de simpatia por quantos precisem de vós. O interesse não vos moverá exclusivamente, senão a divina incumbência de acudir aos que penam, de enxugar lágrimas, de lenir dores.

Tereis a coragem da audácia, a serviço do vosso pensamento. Vivereis dias de sinceridade, de obediência a vosso ideal, de submissão a vossa fé. Compreendereis, então, o vácuo essencial do egoísmo, a dor da tarefa não cumprida, da vida desperdiçada, em que se resumem as vãs agitações dos que só laboram para si mesmos. E, em confronto, sentireis a plenitude de vossa própria missão, polarizada para outrem.

Sereis arautos de paz, pelo amor pacificando as lutas entre os homens e entre os povos, na justiça, na luz e na bondade.

Ao mandar seus discípulos a evangelizar, disse o Senhor: "Ide e ensinai a todas as gentes; amai-vos uns aos outros."

O mandato divino transcende ao limitado cenáculo dos

primeiros Apóstolos. Desce sobre todos nós, sobre todos