diziam que suas descobertas haviam eliminado a intervenção divina: "Les microbes? Ces bestioles du Bon Dieu."
Digamos logo: não é responsável a ciência por tais assertos descabidos; sim, certa feição intelectual que, a seu modo, e sem base, invoca o saber, relativo e falho, para o lançar contra a Sabedoria Eterna e Absoluta.
É nessa fase social e filosófica que vos cabe surgir e tomar posição de mando.
Valeis muito mais do que meros organismos, fatos transitórios bio-físico-químicos. Sois forças conscientes, fracos caniços, se quiserdes, mas caniços pensantes na frase de Pascal. E isto vos cria inúmeras e imensas responsabilidades. E aí volta a tremenda pergunta: como organizar a vida?
Não há dúvida: no mundo dos fenômenos puros, da experiência em si, podeis adotar apenas os fatos que servem aos instintos primitivos, às exigências basilares da conservação do indivíduo ou da espécie. Satisfará tal meta às ordens imperativas de vossa inteligência e de vossa alma? Certamente, não.
Todos os impulsos generosos de vosso coração, tudo quanto enobrece o esforço vital, dessa forma ficaria sacrificado. Levaríeis vida de mera animalidade, consagrada ao que menos interessa nas relações com o semelhante, com o homem essencialmente um ser social, o zoón politikón de Aristóteles.
Nem sequer seria um programma consciente, pois só apetites e impulsos primários viriam atendidos. Com maioria de razão se lhe negaria constituir um ideal, e menos um ideal de Homem, fadado a agir em rumo cada vez mais viril e mais dedicado ao Bem.
Ora, queirais ou não, vossa passagem por este Instituto, vossa feliz formatura, vos sagram educadores práticos de outros homens, formadores de mentalidade e