Estudos Históricos e Políticos

Para lhe dar toda a significação, entretanto, bom seria sistematizar a empresa. Apoio inigualável poderia ser dado pelo clero, agindo serenamente, sem intuitos outros que não a fraternidade cristã.

Pouco a pouco, paróquia por paróquia, o apelo ao cumprimento do dever supremo de socorrer aos que sofrem permitiria cobrir o Brasil todo de uma rede creditória, com suas uniões e bancos centrais reguladores, para melhor serviço das almas e dos reclamos terrenos, evitando entregar sem defesa interesses legítimos de nossos irmãos, principalmente dos pequenos e quase desvalidos, em pasto à ganância e ao funcionar brutal das leis impiedosas da luta feroz pelo dinheiro e pelo lucro. O dever, primeiro, antes do direito...

Sem programa confessional inútil em país quase todo católico, seria a melhor prova prática da caridade, da obediência ao amor, mais alto. Afervoraria as almas. Sentindo, faria pensar.

Do pão assim facilitado para os míseros e mesquinhos, viria o ensino. Mas o ensino essencial, a maior necessidade do mundo moderno, no qual a ânsia de viver e de gozar fez esquecer os motivos de viver: a gratidão humilde da criatura pelo Criador, a ilimitada conformidade com as leis inspiradas pela "Somma Sapienza ed Alto Amore".

Porque esta é a tarefa máxima e o dever do momento: não perecer na preamar utilitária dominante; nela viver, olhos fitos no farol eterno da Fé. No Brasil, missão simplicíssima, pois se há modorra em muitas almas, nelas não existe o vazio da descrença. O ponto está em despertá-las, e, pelo sentimento, reavivar-lhes a energia espiritualista.

Uma legião de missionários para isto se impõe. Ânimos ardentes de amor e de fé, verdadeiros apóstolos, sabendo que servem a Deus, ao próximo, à humanidade inteira. De sua íntima consciência virá a recompensa de tanto labor.

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