em todo caso repousa por enquanto sobre essa aplicação a garantia da ordem social no país.
Mas nem tem isso sequer as honras de uma inovação. Em todos os tempos, à sombra, sob a tolerância e em nome do suposto livre arbítrio, se puseram em ação medidas repressivas, mesmo de extremo rigor que, de fato, nenhuma relação guardavam com a responsabilidade dos punidos.
"Não nos ensina a história, escreve Coutagne, que em todas as épocas a administração do castigo tem variado, não de acordo com a noção abstrata da intenção criminosa, mas segundo os perigos que corre a civilização, ameaçada de momento em tal ou tal das suas bases? Os suplícios dos heréticos na sociedade religiosa da Idade Média e as execuções dos suspeitos durante a Revolução francesa eram inspirados por vistas opostas, mas igualmente lógicas e tendiam a corresponder às necessidades do momento".