Garofalo mostra com Tarde que na Espanha onde os iletrados representam dous terços da população, eles só entram por cerca de metade na criminalidade do país. E por fim conclui Garofalo: "Eis aí, pois, como a pobre arma do alfabeto de que se esperava maravilhas é feita em estilhaços pela estatística: a ideia de que "para cada escola que se abre, fecha-se uma prisão" é apenas um absurdo. Seria mesmo supéfluo estar a insistir nisso, porque ainda quando não tivéssemos algarismos em apoio, o simples bom senso nos havia de dizer que não há a menor relação entre a gramática e a moralidade. Pode-se acaso imaginar, por exemplo, que uma paixão qualquer, ou mesmo um prejuízo de honra, possa ser destruído pelo alfabeto?"
Poderiam objetar-me, no entanto, que, se a instrução não cria, nem melhora o senso moral, em todo o caso pode apressar o desenvolvimento mental do indivíduo, e influir por aí na maior ou menor precocidade do desenvolvimento psíquico.