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As florestas e o turismo
O vezo de destruir florestas a eito, para abrir espaço para o povoamento e a urbanização, é um grave erro.
O desbravamento tem sua conta, o exagero é que se torna nocivo, como sempre.
O homem não vive, de regra, nas florestas, mas não perde nunca em conservar florestas perto de si.
Para o turismo, as matas intercaladas às cidades ou às zonas agropecuárias e de indústrias rurais, são de um valor inestimável; valendo como quadros naturais sem igual, estabelecem contraste com as localidades em que o homem se agita e para este valem então como sítios de inefável repouso, de corpo e de espírito, além das doces emoções que pode então gozar, ante os encantos da natureza pujante ou graciosa.
São exatamente o contrário dos ermos e a soalheira que ainda hoje se verificam nos países que não prezam a natureza; custa-se mesmo a compreender como são ainda conservadas florestas na Europa, entre cidades, em países onde o solo vale ouro, para a urbanização, assim a Alemanha, por exemplo.
É que nem só de pão vive o homem; onde a cultura tenha atingido extremo desenvolvimento, a floresta é um lindo quadro que encanta e só isso basta; não há necessidade de nenhuma outra das muitas razões pelas quais se devem conservar florestas.
Assim as célebres florestas da Turíngia e a Floresta Negra, entre cidades alemãs, a cujo propósito assim se manifestou Carlos Schwan, no Jornal do Brasil, de 8 de janeiro de 1933, em artigo sob o título: "A minha viagem em automóvel por terras germanas":