Biogeografia Dinâmica - a natureza e o homem no Brasil

"a vida é função do meio"; se melhorarmos o ambiente, ipso facto melhoraremos nossa própria existência.

Vejamos como fala um homem de letras, quando junta as duas linguagens; assim Gustavo Barroso, em seu discurso no Horto Florestal do Rio de Janeiro, em setembro de 1929, depois de plantar um pinheiro do Brasil, no Dia da Árvore:



"Quantas vezes ao pé das árvores amigas e hospitaleiras, a demora dos acampamentos nômades tem gerado cidades! Lançai os olhos sobre o mapa do Brasil e vereis repetido a cada canto o milagre de Kischmer, cantado por Firdusi, desafiando

o estro dos poetas nacionais. Cajazeiras, Jatobá, Ingazeira, Ombu, Timbaúba, Gameleira, Juazeiro — são hoje cidades e foram antigamente árvores, a cuja sombra e frescura se acolhiam boiadeiros e vaqueiros, tropeiros e mascates, acendendo as fogueiras protetoras, almenaras das noites silenciosas, e povoando o deserto com a saudosa poesia das violas".



A ciência demogênica diz simplesmente: a árvore a cuja sombra surgir uma feira, pode dar origem a uma cidade.

Outro trecho, do mesmo discurso e com o mesmo caráter literário-científico:



"Percorrendo o interior do Brasil há quase um século, Saint-Hilaire assombrava-se ante a devastação das florestas e previa negros dias para o futuro. Em verdade, por ignorância e descaso, o brasileiro nunca amou as árvores e o que praticamos neste dia é um ensinamento proveitoso que",

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