Biogeografia Dinâmica - a natureza e o homem no Brasil

"Olha: — qual vasto manto que flutua

Sobre os ombros da terra, ôndea a selva,

E ora surdo murmúrio ao céu levanta,

Qual prece humilde, que no ar se perde,

Ora açoitada dos tufões revoltos,

Ruge, sibila, sacudindo a grenha,

Qual hórrida bacante".



Nesse andar, diz Sylvio Romero comentando o lirismo natural de Bernardo Guimarães, "o poeta prossegue pranteando o desaparecimento dos primitivos íncolas, a destruição das matas, a mudança operada pelos colonos"; e logo em seguida, profetiza os benefícios da civilização.



A árvore

Poesia de Alberto de Oliveira

(Publicada na íntegra, no relatório da 1ª Conferência Brasileira de Proteção à Natureza, Boletim Museu Nacional, março 1935).

Dividida em duas partes, assim começa:

"Entre verdes festões e entrelaçadas fitas

De mil vários cipós de espiras infinitas,

Mil orquídeas em flor, mil flores, — sobranceira,

Forte, ereta, na altura a basta fronde abrindo,

Coroada do ouro do sol, aos ventos sacudindo

A gloriosa cimeira;

A árvore, abrigo e pouso à águia real, sorria

Dez léguas em redor o bosque inteiro, via

E os campos longe, e o vale e os montes, longe,tudo":

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