História das explorações científicas no Brasil

aqueles no espiritual, no descobrimento deste rio, começado, havia mais de trinta anos, pelos padres da Companhia de Jesus e pelos Cofanes, onde os naturais mataram ao Padre Rafael Ferrer, como paga da doutrina que lhes ensinava". Chegados à província dos Encabelados, os dois religiosos leigos Fr. Domingos de Briena e Fr. André de Toledo, com seis soldados, se deixaram levar pela correnteza, rio abaixo, chegando de maneira quase miraculosa à cidade do Pará, passando logo à de São Luis, onde se apresentaram ao Governador Raimundo de Noronha. "A ele deram os religiosos notícia da viagem, que foi como de pessoas que de dia vinham fugindo das mãos da morte, e o mais que puderam esclarecer foi dizerem que vinham do Perú, haviam visto muitos índios e que se atreveriam a voltar por onde tinham descido, havendo quem quisesse seguir esta derrota".

Daí resultou a nomeação de Pedro Teixeira, "pessoa a quem o Céu havia sem dúvida escolhido para esta ocasião, pois só a prudência e a noção dos seus deveres permitiram levar a cabo o que ele cometeu e fez, em serviço do seu rei, nesta jornada".

Partiu ele do Pará em 28 de outubro de 1637, com 47 canoas de bom tamanho, 70 soldados portugueses e 1200 índios de voga e guerra e mais mulheres e moços de serviço, formando um total de mais de duas mil pessoas.

Escreve Cristobal de Aguña, que acompanhou o grande caudilho em seu regresso: "Como tiveram de seguir este caminho tão comprido e pelos incômodos que nele passavam, começaram os índios amigos a demonstrar pouca vontade de continuar, e de fato alguns voltaram para as suas terras. Receioso o Capitão-mor de que os

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