História das explorações científicas no Brasil

fariam sem dúvida naquelas fronteiras, mandando juntamente que, se fosse possível, se dispusessem as coisas de modo que seguissem em sua companhia duas pessoas dignas, às quais se pudesse dar fé pela coroa de Castela, de todo o descoberto e do mais que na viagem de volta se fosse descobrindo".

Em obediência à ordem do vice-rei, nomeou a Real Audiência de Quito aos jesuítas Cristobal de Acuña e André de Artieda, cabendo ao primeiro "descrever com a maior clareza possível a distância de léguas, povoações de índios, rios e paragens particulares que há desde o primeiro ponto de embarque até à dita cidade do porto do Pará".

Embora nenhum engenheiro ou cosmógrafo fizesse parte da expedição deste Novo Descobrimento, nem por isso são desprezíveis os seus resultados científicos, não só quanto à posição muito aproximada dos diversos afluentes do Amazonas, como principalmente quanto às tribos indígenas por esse tempo aí encontradas, havendo notas de grande valor zoológico e etnográfico, conforme adiante teremos ocasião de referir. Do precioso opúsculo do padre Acuña muito se aproveitaram Manuel Rodriguez, que na íntegra o copia em seu livro El Marañon y Amazonas, e La Condamine.

O transporte das riquezas do Peru pelo rio das Amazonas, tal como o aconselhava o cronista da viagem de Pedro Teixeira, tão cedo não seria uma realidade, mas a possibilidade da navegação aí estava demonstrada, e trânsfugas, como Orellana, ou missionários, como Brieva e Toledo, se entregariam com frequência ao sabor das correntezas, rio abaixo: dezenas ou centenas de aventuras anônimas, sem interesse, malogradas em sua maioria

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