pela adversidade dos elementos ou pela insídia dos selvagens, ou propositadamente conservadas em segredo pelos interessados. Meio século depois de Pedro Teixeira o padre Samuel Fritz, partindo de Quanuco, a trinta léguas de Lima, consegue chegar ao Pará, escrevendo curioso diário de sua viagem.
Em 1707 repete essa mesma viagem de Peru ao Pará o geógrafo francês Carlos Maria de La Condamine que, na descrição da sua viagem, embora nenhuma referência faça à narração do padre Acuña, a repete quase palavra por palavra.
Aqueles numerosos afluentes que vinham de um e outro lado prestar homenagem ao nosso grande Mediterrâneo de água doce, largas estradas navegáveis que "pareciam traçadas por um corpo de engenheiros", chamavam a atenção dos governadores e capitães-mores que, desde muito cedo, mandaram fazer a sua exploração. Já Cristobal de Acuña se refere a essa riqueza, escrevendo do Amazonas: "Caminha sempre serpeando em voltas mui dilatadas, e como senhor absoluto de todos os outros rios que nele desembocam, tem repartidos seus braços, que são como fiéis executores seus, por meio dos quais lhes vai ao encontro, e cobrando deles o devido tributo de suas águas, os volve a incorporar ao canal principal. E é coisa digna de notar que tal seja o hóspede que recebe, tais os introdutores que lhe manda; de modo que com braços ordinários recebe os rios mais comuns, acrescentando outros maiores, para os de mais conta; e alguns que são tais, que quase se lhe podem pôr ombro com ombro, ele próprio, em pessoa, com toda a sua corrente lhes sai a oferecer hospedagem".
Começa Acuña, na parte que podemos chamar geográfica da sua narrativa, a falar das entradas, citando