História das explorações científicas no Brasil

a Francisco Melo Palheta que, regressando do Macieira, suba a explorar os rios Negro e Branco.

Em 1781, fazendo parte da quarta comissão de limites entre Portugal e Castela, Henrique Wilkens de Matos faz o reconhecimento do Japurá, procurando uma passagem entre ele e o rio Negro, tal como recomendavam os tratados de Madrid e de Santo Ildefonso, e desenha o mapa dessa região. No ano seguinte, subindo por esse mesmo Japurá, João Pereira Caldas, Teodósio Constantin Chermont e Dom Francisco de Requena (os dois primeiros delegados de Portugal e o último representante da coroa de Espanha) exploraram o Apaporis e o rio dos Enganos, os três comissários, espanhol e lusos, em constantes controvérsias. Em 1788 Manuel Gama Lobo D'almada substitue a Wilkens de Matos e, continuando as explorações, em busca das comunicações referidas nos tratados, demonstra as ligações fluviais do Uaupés, afluente do Negro, com o Japurá, a do rio Xie com o Negro e a do rio Cauahú com o Caribana.

No capítulo anterior vimos que Almeida Serra e os seus dois ilustres companheiros foram de Barcelos (no rio Negro) a Vila Bela (no Guaporé), sempre viajando por água. Mas já em 1742 Manuel Felix de Lima dava um roteiro de navegação dos rios Madeira e Guaporé e em 1746 o Sargento-mor João de Sousa Azevedo navegava o Arinos e o Tapajós.

Os afluentes da margem direita, por isso mesmo que se dirigiam para o sul, para a região mais conhecida, mais populosa, mais civilizada do Brasil, dando acesso a esse Mato Grosso de onde se retiravam milhares de arrobas de ouro, foram muito mais explorados que os da margem esquerda, que subiam para regiões inóspitas, para as montanhas desconhecidas, para as terras dos hereges.

Em 1861 Guilherme Chandles seguiu ao longo do Arinos, Juruena e Tapajós, levantando as coordenadas

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