por um homem inculto, forneceram, entretanto, estas viagens, os primeiros dados seguros a respeito do Purus e de três dos seus maiores afluentes. Em princípios de 1862, tomando em conta os dados fornecidos por Manuel Urbano, parte de Manaus a primeira expedição científica ao Purus, constituída pelo Capitão João Martins da Silva Coutinho e pelo botânico alemão Wallis, tendo como guia o animoso e inteligente Manuel Urbano. Apresentou o chefe dessa expedição circunstanciado relatório no qual faz o estudo geral do rio até Huytanahan, desde a sua foz ao Rixala, discriminando os afluentes, lagos, ilhas, etc. E conclui: "A importância do Purus é muito grande para que se abandone a ideia do seu reconhecimento. Quando na Europa com tanto interesse se discute a questão do Madre de Diós, não devemos nós, praticularmente interessados na questão, cruzar os braços indiferentemente. A região mais rica do Peru e da Bolívia só pode comunicar com o Amazonas por meio do Purus e do Juruá, rios que não têm cachoeiras e que oferecem facil comunicação em quase todo o curso".
Um ano depois aqui chegava, comissionado pela sociedade geográfica de Londres, Guilherme Chandless. "Pela primeira vez fixaram-se em coordenadas astronômicas os seus pontos principais". Considera-o Euclides da Cunha como merecendo "um dos primeiros lugares não já entre os cientistas que estudaram a Amazônia senão entre todos os que têm perlustrado o nosso país", pois dificilmente se encontra "um outro tão pertinaz, tão consciencioso, tão lúcido e tão modesto". (13).Nota do Autor