A corografia de Aires do Casal dá o Purus como nascendo no lago Roguagualo, opinião que é aceita ainda em 1852 por Lourenço de Sousa Araújo e Amazonas. "O professor James Orton", diz Euclides da Cunha, "em 1868, substituiu este erro por um outro, maior, mais surpreendente entre todos: presumiu ser o Purus o lendário Amarú-Mayú ou rio das Serpentes, dos Incas; e traçou-o a partir dos Andes, fertilizando o vale romântico de Paucar-Tambó antes de derivar pelos terrenos complanados da Amazônia".
Gibbon e Hencke consideravam-no um prolongamento do Madre de Diós, resultando daí o erro repetido por Paz Soldan em sua Geografia do Peru, de 1862. No Brasil contavam-se as viagens infrutíferas de João Cametá até ao Ituxí e de Serafim da Silva Salgado, em 1852, até além do Iaco. Em 1861, três anos antes de Chandless, o governo provincial do Amazonas, manda a Manuel Urbano da Encarnação, "cafuso destemeroso e sagaz", verificar a existência de uma comunicação entre o Purus e o Madeira, a montante da zona encachoeirada deste último. Partindo de Manaus a 27 de janeiro de 1861, chegou Encarnação, depois de 55 dias de viagem, à boca do Ituxí, de onde alcançou 32 dias depois a do Acre ou Aquirí, por onde remou rio acima durante 20 dias. Voltando ao rio principal, "durante quarenta dias o percorreu ao arrepio da corrente, até além do Rixala, a cerca de 2800 kilômetros do Purus".
Como efeito imediato desta expedição ficou definitivamente firmada a ausência de comunicação entre o Purus e o Madeira; tornaram-se conhecidos novos tributários do Purus, entre o Acre e o Curinaá; descobriu-se um igarapé conduzindo a um varadouro para o Juruá, por intermédio do Jurupari e do Tarauacá; corrigiu-se a noção que se tinha dos cursos do Tefé e do Coari. Efetuadas