História das explorações científicas no Brasil

guardar no seu seio miríficas riquezas, apenas à espera de quem as fosse colher. As lendas se avolumavam como verdades incontestes, e a conquista dos tesouros se fazia entre o sacrifício anônimo de milhares de desiludidos e de perversidades sem conta para com o índio indefeso, tornando-o cada vez mais esquivo ao contato do branco, muito mais feroz que o selvagem.

Havia menos drama que nas façanhas horripilantes de Cortez ou de Pizarro, mas não se pode afirmar que não tenha havido por mais de uma vez a mesma crueldade.

Orellana, chegando à corte de Carlos V. fala do ouro, das cidades todas calçadas do precioso metal e assim consegue seduzir o monarca que lhe proporciona meios para voltar às lendárias terras nunca alcançadas. É pela miragem do ouro que Lope de Aguirre mata à traição o General Pedro de Orsua, para que lograsse chegar sozinho às cidades acoguladas de ouro e refulgentes de pedrarias. Cristobal de Acuña fala ao seu rei das minas de ouro do rio das Amazonas "que hão de ser mais ricas que todas as do Peru, mesmo que entrem nelas as do afamado cerro de Potosí" (2).Nota do Autor É esse bom jesuíta quem nos dá as primeiras referências de minas de ouro, exploradas pelos naturais, "ao pé de uma serra de onde o tiram em grande quantidade; e este ouro é todo em pontas e grãos de bom tamanho dos quais formam, à força

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