História das explorações científicas no Brasil

Este pequeno trecho sobre as expedições holandesas nos dá bem uma ideia do que eram as pesquisas das riquezas minerais nos séculos XVII e XVIII — simples façanhas de "amadores de aventuras", escavações feitas ao léu, segundo as indicações mais ou menos empíricas dos mineiros, embora devamos reconhecer, com a sanção da grande autoridade de Orville Derby que "entre os mineiros práticos de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso houve muitos bons observadores dos fenômenos que podiam servir de guia para melhor aproveitamento das suas lavras e para o descobrimento de outras novas. O fato de nas regiões então ocupadas haverem escapado às vistas dos mineiros coloniais poucas jazidas importantes de ouro e diamante, indica que eles deviam ter feito suas observações e experiências de um modo quase científico".

Encontrados os ricos rios, novos Pactolos, e as opulentas jazidas de Minas Gerais, sobre esta região se concentra toda a atenção da coroa de Portugal que pôde com o nosso ouro e as nossas pedrarias, manter o fausto nababesco do reinado de Dom João V. O ouro era mandado da colônia, agora mimada e protegida, aos milhares de arrobas, e essa caudal reluzente e preciosa, que parecia inexaurível, fazia com que a Metrópole, embriagada de luxos e prazeres, não demonstrasse o menor interesse científico pela região que vinha sendo tão fácil e proveitosamente explorada, apenas da mesma se lembrando para sobre ela estender a ação asfixiante do fisco, sem nenhuma providência para o bom aproveitamento e boa conservação das minas.

Escreve Orville Derby: "Somente quase no fim do período colonial é que se faz uma tentativa fraca e ineficiente, quase sem resultados práticos, para introduzir um pouco de ciência na legislação mineira. O primeiro passo neste sentido parece ser a comissão dada em 1798

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