europeu ao Novo Mundo. Juliano Moreira, a quem devemos o melhor estudo até hoje publicado sobre Piso e Marcgrave, escreve a esse respeito, depois de salientar que a Nassau deve o Brasil a vinda de uma plêiade de homens do mais evidente valor, entre os quais, merecendo especial referência, Pies e Marcgrave:
"O primeiro foi o arquiatra do príncipe, não desde o começo de sua expedição, como erroneamente o afirmam quase todos os seus biógrafos. Nas atas das reuniões da Comissão dos XIX da Companhia das Índias Ocidentais durante o ano de 1636 não figura o nome de W. Pies, pela simples razão de que não foi ele quem acompanhara o conde na travessia do Atlântico. Veio, sim, Willem Van Milaenen, médico desconhecido, que logo faleceu ao chegar ao Brasil. Em carta datada de 25 de agosto de 1637 o conselho administrativo em Pernambuco pedia que lhe fosse enviado, o mais breve possível, um outro médico "hábil e experimentado". Em consequência disso, foi nomeado para vir ao Brasil o Dr. W. Pies. Sabemos hoje ao certo a data da saída de Holanda de George Marcgrave, mas não há certeza sobre a de Pies".
Talvez tivessem vindo juntos, fazendo-se acompanhar Piso, chefe dessa primeira expedição científica (astronômica, zoológica, botânica, etnográfica e médica) de George Marcgrave e Hendrich Cralitz, Germanos, medicinae et matheseos candidatos, no dizer de Barleus, sendo que o segundo faleceu antes de aportar a terras brasileiras. É mais provável que tivesse vindo Piso diretamente para Recife, nas suas funções de médico do Príncipe, pedidas com tanta urgência, enquanto Marcgrave,
partindo da Holanda no dia primeiro de Janeiro de 1638,
chegava a São Salvador após dois meses de viagem "ut ipse
ad singulas dies annotavit", segundo refere o seu irmão.
Aqui chegado, enfermou gravemente Marcgrave, demorando-se na Bahia por mais de dois meses, pois é ainda