História das explorações científicas no Brasil

Nosso Senhor de mil quatrocentos e noventa e oito, donde nos Vossa Alteza mandou descobrir a parte ocidental, passando além a grandeza do mar oceano, onde é achada a navegada uma tão grande terra firme, com muitas e grandes ilhas adjacentes a ela" .

Foi, portanto, essa viagem de Duarte Pacheco a primeira expedição científica ao Brasil. Se dela nos ficou apenas esta sumária menção, que vimos de transcrever, dela resultou, sem dúvida, o descobrimento oficial, pelo apresto da grande expedição de Cabral, preparada com o fim declarado de ir à Judia, mas trazendo, sem função determinada na esquadra (por ter na mesma a precípua missão de guiar as naus no roteiro só dele conhecido) a Duarte Pacheco.

Apesar dos laços de íntimo parentesco, teria motivos Dom Manuel para não confiar muito nos reis de Castela ou talvez não desejasse que o tratado de Tordesilhas, ainda tão recente, parecesse uma deslealdade da coroa de Portugal.

Havia já Duarte Pacheco percorrido grande trecho do litoral brasileiro, pois doutra maneira não se explica a carta de Domenego Pisani, datada desse mesmo ano de 1500, falando numa terra firme, cuja costa "percorreram por mais de duas mil milhas sem achar-lhe um fim" quando os três outros documentos que se referem à chegada de Cabral apenas aludem a pouco mais de cem.

A viagem de Pedro Alvares Cabral, que nos fez oficialmente conhecidos na Europa, deve ser considerada como a segunda expedição científica ao nosso país, desprezados os supostos descobrimentos dos hipotéticos precursores. E mesmo que fosse real a visita de nossas costas, antes de abril de 1500, por Alonso de Ojeda e Vicentez Yañes Añez Pinzon, por Diego de Lepe e Alonso Vellez de Mendoza, não poderíamos dar a semelhantes

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