mesma viagem de Poeppig. Demorou-se em território brasileiro quase seis anos, aqui herborizando de julho de 1849 até maio de 1855, passando ainda tempo mais longo nos Andes do Peru e do Equador, voltando à pátria pelo Pacífico, embarcando em Paita a 1º de março de 1864. Deixou dessa sua longa viagem volumosíssimo diário que seu grande amigo Wallace (de quem adiante falaremos) resumiu em dois interessantíssimos tomos, cheios de observações das mais valiosas, quer quanto à botânica propriamente, como sobre etnografia e sobretudo sobre a vida social da amazônia nesse meado do século XIX. Desse precioso livro — Notas de um botânico sobre o Amazonas já tivemos ocasião de tratar, quando mais particularmente nos ocupamos com as impressões dos Ingleses sobre o nosso país, e as de Spruce foram das mais simpáticas e imparciais. Desta sua longa expedição de herborizador infatigável levou Spruce material de estudo para várias gerações. A ele devemos, porém, apenas algumas pequenas memórias publicadas em jornais científicos de seu país.
Há uma expedição ao Amazonas quase desconhecida, talvez pela confusão de nomes entre o Príncipe Maximiliano de Wied e o Imperador Maximiliano do México. Esteve este em nosso país em 1859 e princípios de 1860, vindo em sua companhia o botânico Henrique Wanza, que aqui herborizou, publicando os resultados de suas pesquisas em um pequeno livro — Botanische Ergebnisse der Reise seiner Majestat des Kaisers von México nach Brasilien (1859-1860).
Entre a expedição Spruce e a viagem de Wanza tivemos a visita da grande expedição científica da fragata austríaca "Novara", que, sob o comando de Wullerstorf-Arbair fez longo cruzeiro de circunavegação, que durou de 1857 a 1859. A descrição da viagem é feita pelo Dr. Carlos Von Scherger, sendo naturalistas da expedição