História das explorações científicas no Brasil

Frauenfeid e Hochsteter. Foi o Rio de Janeiro o único ponto visitado da costa brasileira, demorando-se a "Novara" em nosso porto de 5 a 31 de julho de 1857, tendo os naturalistas feito apenas uma excursão a Petrópolis. Foram os expedicionários recebidos no Instituto Histórico e na efêmera Palestra Científica. Com uma tão curta permanência e tão pequena zona visitada (e das mais conhecidas) não se podiam esperar brilhantes resultados para o conhecimento da natureza do Brasil. Os referentes à nossa flora são mesmo nulos.

Por esse tempo (do qual ainda não apresentamos grandes diferenças) vivíamos do reflexo da ciência estrangeira, copiando o que faziam, animando-nos ao calor das suas iniciativas. Era muito natural, portanto, que a passagem pelo Rio de Janeiro de uma expedição científica, o entusiasmo da jovem Palestra Científica, as cerimônias das recepções aos naturalistas que se iam por longínquas terras, levados apenas pelo amor desinteressado da ciência, enchessem de entusiasmo aos nossos estudiosos e chamassem por momentos a atenção dos políticos para as coisas do espírito, contagiando-os nessa febre de julho de 1857. O Instituto Histórico, com o seu grande prestígio (graças a Deus até hoje conservado) e o apoio que lhe dava Dom Pedro II, propôs ao Governo Imperial que fossem exploradas as províncias menos conhecidas do Império, indicando, muito sabiamente, as províncias do Nordeste, especialmente o Ceará, que vinha de ser assolado por uma dessas periódicas secas. Organizou-se desde logo, atendendo a esse patriótico apelo do nosso Instituto, uma grande Comissão científica, da qual faziam parte o etnógrafo Gonçalves Dias (o nosso grande poeta, apaixonado pelos nossos índios, aos quais, apesar das suas lentes cor de rosa, sabia compreender), o zoólogo Manuel Ferreira Lagos, adjunto da seção de Zoologia e Anatomia

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