História das explorações científicas no Brasil

e um irmão, recentemente chegado de Inglaterra (com Spruce) exploram parte de Marajó, o rio Capim, Monte Alegre e Santarém, chegando a Manaus três semanas antes de Bates. Este sabe o Solimões até Ega, demorando-se aí um ano, para voltar a Belém em 1851. Passa seis meses em Santarém e em junho de 1852 sobe o Tapajós até Aveiro, "o quartel General da formiga de fogo"; explora também o Cuparí, tornando a Santarém em outubro desse mesmo ano. Mais dois anos nessa localidade paraense e três anos e meio em Ega completam a expedição de Bates na Amazônia, embarcando em Belém a 2 de junho de 1859 para Nava York por ser "o roteiro dos Estados Unidos o caminho mais curto e mais agradável para alcançar a Inglaterra.

Dessa expedição dos dois grandes naturalistas ingleses à Amazônia resultaram duas das mais sedutoras hipóteses que arrebataram quase todos os naturalistas do século passado: o transformismo e o mimetismo. O primeiro defende a transformação lenta das espécies que, de acordo com as condições de ambiente e na luta pela existência, permitiria apenas a persistência do mais apto. Esta célebre doutrina do transformismo, baseada na seleção natural, tendo tido um dos seus mais apaixonados arautos no zoólogo alemão Carlos Haeckel, logo avassalou o mundo, desdobrando-se em uma série de doutrinas subsidiárias, das quais a mais famosa é esse "monismo", que seduziu a Germânia pelo que aí havia de político, de acordo com as ideias imperialistas do momento. O mimetismo, ou imitação mais ou menos perfeita das espécies bem defendidas, adquirida pelas que são muito perseguidas, é assunto dos mais discutidos, enigma da Natureza, para o qual até hoje se procura em vão uma interpretação que satisfaça, sendo negado por muitos.

E devemos ainda acrescentar a estes dois surpreendentes resultados, no domínio da biologia teórica, o resultado

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