não menos brilhante, para o conhecimento da nossa fauna, sobretudo entomológica: — as centenas de milhares de insetos, levados para o Museu Britânico, pertencentes a mais de quatorze mil espécies, das quais mais de metade totalmente desconhecidas naquela época.
Estavam ainda na Amazônia os dois naturalistas ingleses quando aportou no Rio de Janeiro o grande zoólogo teuto German Burmeister, aqui chegado a 12 de setembro de 1850. Depois de curta estadia na Corte, onde teve o ensejo de conhecer e receber todas as facilidades para a sua missão, dadas pelo jovem Imperador, seguiu para Minas Gerais, em busca dessa Lagoa Santa, de que já se falava em Europa. Aí, num lamentável acidente, fraturou a perna, demorando-se cinco meses em companhia de Lund, de 2 de junho de 1851 até fins do mesmo ano. Voltou então para o Rio de Janeiro, embarcando para a Europa em princípios de 1852. Quatro anos mais tarde voltou Burmeister para a América do Sul, dirigindo-se desta feita para a República Argentina, onde realizou longa e notável viagem, compendiada nessa famosa Viagem ao Prata. Regressando à Alemanha, foi pouco depois convidado pelo Governo Argentino para dirigir o Museu de Ciências Naturais de Buenos Aires, tendo embarcado definitivamente para esse país antigo em primeiro de julho de 1861. Pouco antes de sua morte veio Burmeister ao Rio de Janeiro trazer ao nosso Museu Nacional esqueletos de Machairodus e Milodon, oferecidos pelo governo do país irmão e aqui superintendendo à montagem dos mesmos. Da sua viagem ao nosso território resultam esse Compêndio dos animais do Brasil (um volume de mamíferos e dois de aves, dos quais fartamente se aproveitou Emílio Goeldi) e o lindo volume Ilustrações para a fauna do Brasil, com planchas coloridas de mamíferos e anfíbios.