A expedição Thayer, que já vimos ter resultados tão decisivos para o estudo da nossa geologia, era chefiada por um zoólogo de nomeada, o notável Luis Agassiz que, contando pouco mais de vinte anos, fora convidado por Martius e Spix para estudar os peixes brasileiros, por eles coligidos no Brasil e que se achavam no Museu de Munich.
Já vimos que foi o desejo de descansar um pouco dos seus trabalhos da Universidade de Cambridge (Massachussets) e do respectivo Museu, que levara Agassiz a organizar uma expedição científica ao nosso país. Era um sonho, apenas esboçado, ao receber, ainda estudante, aqueles curiosos peixes sul-americanos, que se corporificava ao ver a simpatia manifestada por Dom Pedro II que, sempre tão interessado por todos os empreendimentos científicos no estrangeiro, para esse museu de Cambridge enviara coleções feitas por ordem sua (embora desfalcassem o museu do Rio de Janeiro). Tal sonho se tornara uma brilhante realidade com o generoso auxílio de Thayer.
A expedição de Agassiz, como as anteriores, como quase todas as outras que vieram ao Brasil, quer no Império quer na República, até que o atual Governo pôs patrioticamente um paradeiro a esse abuso, teve todas as facilidades dos Poderes Públicos (facilidades quase sistematicamente negadas aos empreendimentos nacionais) e, de volta, nada, absolutamente nada, deixou ou enviou, para o nosso Museu Nacional.
Partiu Agassiz de Nova York no dia primeiro de abril de 1865, trazendo em sua companhia mais dois zoólogos, o malacólogo João Anthony e o ornitólogo João Allen, além do taxidermista Jorge Sceva e do desenhista James Burckhardt, que desenhou todos os peixes do vivo. Nessa manhã, em Virgínia, se travavam os