História das explorações científicas no Brasil

Na expedição científica para a escolha e demarcação da área destinada à futura Capital Federal, chefiada pelo astrônomo Luis Cruls, não ia nenhum zoólogo, interessando às finalidades da Comissão mais o estudo da flora. O pouco que aparece, no anexo ao Relatório, sobre a fauna da região, são simples nótulas de amador do higienista Azevedo Pimentel.

Passam-se trinta anos da expedição Van Beneden. Os Governos dos Estados de São Paulo e do Pará haviam confiado as direções dos seus museus de História Natural a um alemão e a um suíço, ex-funcionários do Museu Nacional, o ilustre zoólogo Hermann Von Ihering e o Dr. Emilio Goeldi, que adquirira alta reputação em nosso meio com os seus dois livrinhos de vulgarização. Não havia, aliás, muito onde escolher. Os dois zoólogos brasileiros desse mesmo Museu Nacional ensaiavam os seus primeiros passos. Nem Carlos Moreira nem Miranda Ribeiro haviam feito ainda o nome de acatados carcinólogo e ictiólogo que depois com justiça adquiriram, determinando as coleções desse Instituto.

De São Paulo manda Von Ihering ao naturalista viajante e caçador sr. Ernesto Garbe, em excursões de colheita de material, à Bahia e ao rio Juruá, material que devia ser estudado pelo diretor do Museu e por especialistas estrangeiros, sendo remetido para o exterior, mesmo sem a condição de devolução dos tipos.

O Museu Paraense organizou uma série de expedições científicas, desde o seu primeiro ano de vida, conforme se vê dos relatórios dos seus diretores. Em agosto e setembro de 1896 Emílio Goeldi e Hermann Meerwarth exploram o cabo Mogoar. Já neste século temos as expedições de Emília Snethlage, das quais adiante falaremos, e do entomólogo, hoje botânico, de mundial reputação, Adolfo Ducke, ao Maranhão e Piauí

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