História das explorações científicas no Brasil

estudara os marsupiais australianos, e Sanson, com os quais fez pequena excursão ao Itatiaia e a São Paulo, visitando igualmente os três zoólogos a região de Mimoso, no Espírito Santo, e de Gorduras e Morro Velho em Minas Gerais. Trazia Bresslau como seu auxiliar a Paulo Schirch, que não mais voltou para a Europa, tendo publicado no Boletim do Museu Nacional e na Revista da Sociedade Brasileira de Ciências interessantes trabalhos sobre a anatomia do Strophochelius e do polvo, e sobre as planárias terrestres coligidas nessa expedição. Em outubro estava Bresslau em São Paulo, seguindo para o sul até Itararé em dezembro. Voltando ao Rio fez com Schirch uma excursão a Teresópolis e outros pontos da serra dos órgãos. Seguiu para Pernambuco e em julho embarcou para a Europa. Vinte anos depois diria ele, numa conferência feita na Academia Brasileira de Ciências, recordando que aqui já estivera em 1905:

"Fazem exatamente 30 anos que eu, logo depois do meu primeiro trabalho sobre a evolução do aparelho mamário dos gambás, me dirigi pela primeira vez ao Brasil. A surpreendente impressão em mim exercida, já naquela época, por sua maravilhosa terra, deixou no meu íntimo, o ardente desejo de aqui retornar. Mas somente após nove anos consegui realizá-lo, graças à Academia de Ciências de Berlim que me conferiu, em 1913, a missão de estudar no Brasil, durante um ano, a embriologia dos mamíferos marsupiais. Tive, pois, a felicidade de passar neste país de julho de 1913 a julho de 1914; e tudo quanto observei fez-me ainda maior admirador do Brasil. Assim quando no princípio de julho de 1914 parti de Recife, não tinha, em absoluto, a intenção de me despedir para sempre do Brasil; mas sim augurava revê-lo um dia. Esta satisfação experimentei no ano de 1929, quando, pela terceira vez, voltei para prosseguir, em Teresópolis, os

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